Grafitinaridade

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Nosso Código

Para entender a montagem!
O nosso código.

“O real nunca é inteiramente solúvel no visível”
Jacques Rancière

A estrutura textual deste Atlas serve ao movimento da emoção contido nas palavras ditas e nas histórias contadas por cada artista. As palavras escritas estão a serviço de uma narrativa da imagem em dois contextos: no contexto da imagem exemplar e representativa, quando o momento compartilhado pelo artista é acompanhado pela obra de arte da qual ele está falando e/ou por uma obra que representa em tempo, espaço ou memória os fatos descritos pelo artista; e, no contexto do Imaginário que traz imagens produzidas pelos eventos reais da vida transformando-os em imagens intertextuais (visuais, mentais, sensoriais, emocionais).

Esta acontece quando o ‘espectador emancipado’ (Rancière), o leitor, o apreciador, observa o mapa artístico individual do artista, lê a descrição simbólica relacional, acompanha suas palavras e sua trajetória com as imagens de suas obras, e constrói (interna e pessoalmente) novas imagens perceptivas a partir do sentido dado pelas relações alcançadas por cada espectador.
As falas dos artistas estão entre aspas duplas (“ ”) e em letras destacadas em itálico, podendo estar tanto no decorrer do texto quanto em subtítulos. Com a intenção de eliminar confusões para compreender quem está falando, se é o artista contando sua própria fala em determinado episódio, ou, se é o artista citando fala de outra pessoa, utilizamos dois pontos (:) e aspas simples (‘ ’) respectivamente para cada situação. Deste modo, quando houver dois pontos (:) o artista está citando sua própria fala e, quando houver aspas simples (‘ ’) a fala do artista se refere a outra pessoa.
Escolhemos usar a escrita da palavra grafite com esta grafia de um bom português brasileiro, em consideração à nacionalidade pertencente e, à natureza insubordinada desta arte – a despeito de alterações recentes. Assumimos tal escolha uma vez que o termo vem recebendo alterações gráficas no idioma onde a arte grafite vivencia alguma importância e se destaca social e artisticamente. A origem é grega, graphis, e o modo de escrita mais conhecido vem do italiano, graffito, que no plural fica, graffiti, de onde conhecemos e ainda usamos na maioria das situações. A mais recente alteração, inclusive colocada como verbete em dicionário de língua espanhola, é a escrita em espanhol, grafiti*. Portanto, neste momento, ficamos mais à vontade com nossa expressão vernacular. Bem vindo Grafite!
As imagens das obras dos artistas possuem várias fontes. Algumas o próprio artista nos cedeu, outras foram retiradas das suas redes sociais, com permissão dos artistas, sendo a maioria fotografadas para este fim pela fotógrafa Célia Soares. As imagens retiradas das redes sociais recebem aqui a descrição, a palavra referente, a frase, ou qualquer relação com o trabalho, escrito pelo próprio autor em sua rede social sobre a obra divulgada (postada). Deste modo, sendo a fonte uma rede social do artista, as descrições entre aspas duplas são palavras do artista.

*O uso da grafia em espanhol e a citação da palavra grafiti incorporada ao ‘Diccionario de la lengua española’, pode ser encontrado no livro do filósofo, pesquisador e escritor colombiano, Armando Silva, lançado em 2013 com o título: ‘Atmosferas Urbanas – grafite, arte pública, nichos estéticos’. A presente colocação das vírgulas, concordâncias verbais, nominais e outras regras gramaticais da língua portuguesa isentas de obediência às normas cultas do nosso idioma, estão a serviço da maior transparência possível de elementos característicos das falas dos entrevistados. A escolha em respeitar o ritmo da fala, o costume particular com alguma expressão, gírias, os lugares singulares da respiração e preservar uma autenticidade possível nos limites que a palavra escrita nos oferece, é parte de uma cartografia emocional. Hora usando o plural, hora retirando o plural da mesma palavra usada em outro contexto da sua fala, os pontos de exclamação, interrogação, as reticências, enfim, os recursos idiomáticos são aqui explorados como parte do processo cartográfico existencial, e por si só, já apresenta um movimento expressivo individual e singular, o qual carrega histórias e trajetórias implícitas em um contexto profundo de uma psicogeografia artístico-emocional.

Legenda

Os ícones apresentados fazem parte dos mapeamentos virtuais e são usados para identificar as diferentes manifestações da arte visual de rua realizadas pelos artistas.
Trabalhos de Tatuagem
Trabalhos de Tatuagem
Arte Visual em Tela
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Arte Visual em Grafite
Arte Visual em Grafite
Arte Visual integrando múltiplos materiais
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